segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Quem foi Karel Capek?

 Olá, leitores! Em fevereiro, no nosso desafio literário, estamos lendo o conto "O último julgamento" que foi escrito pelo Karel Capek, mas esse parece ser um autor pouco conhecido no país, ao contrário do autor de janeiro, o Leon Tolstoi. Por isso, fizemos esse post para que você possa conhecer um pouquinho mais sobre quem escreveu "O último julgamento", um conto que traz um julgamento com juízes e uma testemunha muito interessantes.

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 Principal escritor tcheco da primeira metade do século 20, Karel Capek (ou Karel Čapek, pronuncia-se Kárel Tchápek) nasceu em 9 de janeiro de 1890, em Malé Svatoňovice — à época, parte do Império Austro-Húngaro; hoje, da República Tcheca —, doutorou-se em 1915 em Filosofia pela Universidade Carlos, em Praga, e logo iniciou uma longa carreira como jornalista e escritor. Morreu em 25 de dezembro de 1938, vítima de pneumonia.

 Ficou conhecido no mundo inteiro por ter sido o inventor da palavra robô. Em 1921, estreou a peça R.U.R, escrita por ele. A peça é uma ficção científica onde uma companhia (Rossum’s Universal Robots) cria os tais robôs para fazer o trabalho dos humanos. A maior parte se passa dentro do escritório da companhia, onde os personagens humanos discutem e descrevem o que acontece no mundo lá fora.

 A palavra robô em si, cuja raiz tcheca está relacionada a “trabalho”, foi criada não pelo Karel, mas pelo seu irmão, Josef Čapek. Segundo o próprio Karel, assim se sucedeu: o autor contou brevemente ao irmão, enquanto este pintava, como era a história da peça.

“Então a escreva”, resmungou o irmão, com um pincel na boca, sem olhar.
“É que eu não sei como chamar os trabalhadores artificiais”, disse o Karel, “usaria labores [laboři], mas isso me parece coisa de artigo.”
E o Josef: “Então os chame de robôs [roboti]“, e continuou pintando.
E foi isso.

 Josef Čapek é ainda menos famoso mundo afora, mas era um colaborador freqüente do irmão e foi um artista bem reconhecido. Criticava publicamente os nazistas, que o mandaram para um campo de concentração – o mesmo onde estava a Anne Frank, aliás – onde morreu em 1945. 

 Capek, com suas sombrias e distópicas profecias, tornou-se uma referência na chamada literatura de antecipação, subgênero da ficção científica que conta com seguidores do porte de Aldous Huxley, George Orwell, Philip K. Dick, Kurt Vonnegut, J. G. Ballard.

 Com a crescente ameaça da Alemanha nazista sobre a Tchecoslováquia, suas obras passam a ser mais explícitas na defesa da democracia. É dessa época os dramas Bilá nemoc e Matka, e aquela que é considerada sua obra-prima, Válka s mloky (A guerra das salamandras), de 1936.

 "O último julgamento" entrou no "Leia Mais, Brasil!" exclusivamente pela história, que me tocou na primeira vez em que a li, mas após conhecer um pouco mais sobre o autor, um homem que inventou a palavra robô e que, com suas histórias, de certa forma, previu acontecimentos da Segunda Guerra Mundial, fica a certeza de que ter a oportunidade de ler uma de suas história é um privilégio.

 O conto "O último julgamento" pode ser lido online numa nota na fan page do desafio, ou baixado no grupo. O tópico de discussão, para quem quem leu o conto possa deixar seus comentários sobre ele, já está aberto no grupo. Lembramos que mesmo quem não participou do desafio em janeiro, pode participar nos outros meses, é só entrar no grupo.

 Outras obras do autor:

A Guerra das Salamandras
Válka s Mloky
Karel Tchápek
ISBN-13: 9788501080530
ISBN-10: 8501080535
Ano: 2011 / Páginas: 336
Editora: Record
SkoobSinopse: Este livro fala regimes totalitários, perseguições, genocídio... todas as atrocidades que aconteceriam poucos anos após o lançamento deste romance estão aqui previstos de maneira satírica e engenhosa. Tudo começa com a descoberta de uma espécie de salamandra altamente inteligente, e o homem, claro, trata de explorá-las - até que elas começam a reivindicar seus direitos, e a guerra torna-se, então, iminente. 
A Fábrica de Robôs
Karel Tchápek
ISBN-13: 9788565206174
ISBN-10: 8565206173
Ano: 2012 / Páginas: 148
Editora: Hedra
SkoobSinopse: Um cientista descobre a fórmula capaz de dar vida a máquinas de aparência humana, gerando um desequilíbrio radical no modo de produção e tornando a mão de obra humana obsoleta. Essas "criaturas" artificiais, desprovidas de sentimentos e criatividade, passam a exercer todas as atividades braçais, com consequências nefastas para os homens. A palavra "robô", cujo significado em tcheco é "servidão; trabalho forçado", e que seria incorporada em quase todas as línguas, foi cunhada e usada pela primeira vez na peça de Tchápek. 

 Fontes consultadas para as informações do post (recomendo a leitura):

 Por hoje é só, gostaram do post? Quem aí já leu o conto de fevereiro?